HQCon 2011

Pra quem vem pelas tirinhas: calma! Estou terminando os 24 quadros da próxima e logo, logo ela sai (amanhã ou quarta)

E agora, ao assunto de hoje: todo fã de quadrinhos, e mesmo alguns daqueles que não são muito ligados nessa mídia, sabem que todo ano as duas grandes editoras dos states, a Casa das Idéias e sua Distinta Concorrência, criam grandes eventos que unem seus heróis e vilões em batalhas grandiosas e intrigadas elaboradas (ou não). Em Florianópolis, desde o ano passado, temos um evento cujo propósito e resultados podem ser comparados (em menor escala) a estas sagas quadrinísticas. Não é uma Crise ou uma Guerra, mas uma "Invasão" (bastante divulgada até) de diversos profissionais e amantes do universo da arte sequencial, super heróis e cultura pop, a HQCon.

Bora lá!

Como no ano passado, fui ao evento e estou aqui para comentar o que havia por lá e deixar minha singela opinião a respeito das atrações e organização do mesmo. Meus comentário se resumem ao que vi lá no sábado,  já que não pude ir domingo (sim, na segunda edição já duplicou a duração).

Desta vez escolheram o Floripa Shopping - mais especificamente uma parte de seu estacionamento - para montar as bancas e o palco. Foi uma escolha feliz pelo lado da organização do local, pois a iluminação estava muito melhor do que no Floripa Music Hall e tinha mais espaço para os estandes. Também conseguiram separar a área do palco da "área de compras", mas mantendo a praticidade de se deslocar de um pro outro. 

Foto tirada no iniciozão.

Como dá de ver na foto acima, tem, bastante área pra se espalhar, embora tenham criado mais tarde um espaço para apresentação do pessoal do SCAM e de kung-fu mais ou menos em volta do lugar onde está aquela moça. De qualquer forma, estava bem prático passear por lá.
ATUALIZAÇÃO: Faltou comentar os pontos negativos do local, que se resumem ao acesso mais complicado do Shopping e estacionamento mais caro, que me levou a "perder" meu ticket de entrada porque o preço do ticket perdido era mais baixo do que o equivalente ao tempo que fiquei no evento.

Uma coisa que me confundiu de início foi descobrir em qual estacionamento era o evento. Na verdade eu tive 'sorte' de encontrar um conhecido dA Toca e ajudei a levar umas caixas de estatuetas pro estande deles. Acabou que entrei por baixo da lona e depois saí para pegar a pulseirinha na entrada.

Tendo entrado de pára-quedas, comecei pelos estandes mais ao fundo, e qual não foi minha surpresa ao encontrar algo que eu procurava há tempos logo na lojinha ali à esquerda:

Não tão super =(

Eu adoro balas e chicletes "ácidos", e como a tal Super Lemon tem a fama de ser a "bala mais ácida do mundo", é natural que eu tivesse curiosidade de provar. Mas sinto dizer que a fama é injusta... Ela é ácida e gera o típico formigamento nas bochechas, mas existem balas mais fortes (que eu esqueci o nome mas vende nos quiosques de doces dos shoppings por aqui). Talvez até aquele chiclete Kryptonita, ou algo assim, sejam mais ácido. MAAASSS.... A super Lemon ganha no sabor de limão "pós acidez", bem melhor que da outra bala (que tem o odioso sabor maçã e outros menos notáveis, como cereja).
Ah, uma coisa que achei engraçada foi que, quando cheguei, as balas estavam a 70 centavos, mas na hora de tirar essa foto já tinham sofrido inflação. Essas vendas de doces japoneses e mangás gostam de colocar o preço nas alturas; um dos motivos que não me animo muito a ir nos eventos de otaku que pipocam por aqui (além de não acompanhar séries nipônicas atualmente).

Guloseimas à parte, O estande dA Toca estava cheio de dados, livros e jogos que eram um prato cheio para fãs de RPG. Tinha um vendedor que eu nunca vi na loja, mas que tinha explicações detalhadas sobre os diversos tipos de miniaturas que tinham por lá.

Tiny little men

Com seu espacinho de destaque, havia diversas séries de Munchkin, e uma nova que eu não conhecia quando escrevi meu post sobre o jogo.

No canto direito, ZOMBIES!!

Saindo do canto RPGista, havia a parte de games, na qual eu não prestei muita atenção porque sou chato e bobo e não vejo graça nos controles por movimento que estavam para demonstração (tinha Wii e PSMove, mas não percebi pessoas dançando sozinhas, então provavelmente não tinha o Kinect).

E faço parte do clube do Mortal Kombat, não do Strit

Também não fui lá pra jogar; senão teria levado o DS.
Ao lado da seção de jogos tinha uma livraria e outra seção de jogos (onde ficava o Wii). A livraria tinha umas edições que eu estava procurando do Crumb, mas sem um desconto maroto e ante a possibilidade de encontrar coisas mais exclusivas pra investir durante o evento resolvi deixar para procurá-las depois.

E quadrinhos? Ah, agora, sim.
Novamente o pessoal do Quarto Mundo estava lá, com uma mesa maior e novas  HQs, junto da Balão  Editorial. Tinha edição nova da Nanquim Descartável e Nova Hélade, e um formato bem peculiar de livreto numa edição de Os Passarinhos:

No formato das tirinhas, sem desperdício de papel

A Nanquim está disponível online, da 1 à 3, no próprio site da Quarto Mundo.

Também havia um estande da Universo Colecionáveis (@lojauniverso), com action figures e HQs diversas. E, sinceramente, foi o estande que mais me trouxe alegria, porque eu finalmente completei minha coleção da Marvel Millenium:Homem-Aranha!!! Lá estavam, esperando por mim, as edições 13 e 18, em ótimo estado e embaladinhas. Além dessas, diversas revistas e coleções completas; um prato cheio pro leitor de quadrinhos fazer a festa. Aproveitei e trouxe algumas relíquias pra casa. Confiram:

Star Trek encontrou X-Men muito antes do Picard se tornar Xavier.

E teve ainda uma revista do Lobo.
Além das revistas, eles tinham action figures, bonés, chaveiros e etc; e uma coleção de action figures do Lanterna Verde muito estilosa.

E ainda expliquei a idéia por trás de cada cor de tropa pra uns amigos.

Esquilo!

U mad?

Aaaargh! Flashes, minha única fraqueza!!!

No canto oposto ao dA Toca, próxima da lona que separava o palco da área de circulação, estava uma mostra de desenhos, quadrinhos e pinturas de diversos artistas. Vários estilos misturados de muitos autores pra gente viajar vendo os traços e lendo as histórias expostas (eu, pelo menos, tenho costume de apreciar até o formato das linhas quando vejo um desenho que me agrada).

E não faltavam desenhos agradáveis

Olá, você!

O escultor Leandro Chaves mais uma vez teve algumas de suas obras à mostra, mas menos do que no ano passado. Acho que ele ainda está com exposição no Iguatemi, deve ser por isso. Dessa vez consegui uma foto legal de uma das estátuas feitas por ele:

Can't touch this!

E as  palestras tiveram uma curva de qualidade excelente. A primeira eu não vi, era sobre jogos e redes sociais; a segunda, com o tema SC faz HQ, foi uma junção de três palestras: a primeira, sobre a HQ Menino Caranguejo e seu modelo de distribuição virtual, para abranger um mercado mais amplo, a segunda, sobre HQs de temas regionais e históricos, ambas mencionando também os apoios de governo e empresas a esses projetos, e a terceira sobre trabalhar para o mercado norte-americano, experiência do palestrante, Marcelo Mueller, ilustrando a personagem Lady Death, e suas aspirações para o futuro. Eu conversei rapidamente com o Marcelo; ele estava com uma mesa no evento, junto da esposa, que era super empolgada. Quando eu fui ver o livro de desenhos dele que estava sendo exibido só ela estava lá, e era tão ou mais empolgada que o desenhista para falar sobre o trabalho dele. Foi bem divertido.

Mario Luiz C Barroso, tradutor e condutor das palestras, Chicolan (Menino Caranguejo), Marcelo Mueller (Lady Death), e Alex Guenther (HQs regionais)

A palestra seguinte, sobre cultura jovem dos anos 80, foi bastante interessante, recheada de curiosidades e vídeos "da época". Foi levada num tom de conversa entre Mario Barroso e Guilherme Bryan, o especialista da vez. Teve de tudo um pouco: TV Pirata, clipes musicais psicodélicos, filmes, mas ainda não sei quem matou Barbosa

Talvez o Bruce Willis saiba, mas ninguém perguntou

E ao final um grande debate sobre Marvel vs DC, ou ainda sobre qual das duas tem errado mais quando o assunto é respeitar o leitor e manter a coerência em suas séries mensais. Comparações com o mercado europeu, informações internas, análise do históricos e especulações sobre atitudes editoriais... tudo num papo solto com Mario Barroso (já estafado de ficar falando sem parar), Hector Lima (mantendo a neutralidade pra equilibrar os dois últimos), Fabio Fernandes (estourado e muito cômico; de acordo com ele mesmo, chorou em quase todo final de sega super-heróica e "morte" quando elas não vinham com validade pré-programada) e Sidney Gusman (editor que já trabalhou com mangás da Conrad, atualmente está na MSP e foi defensor vigoroso da DC, mas sabendo notar as falhas da mesma com imparcialidade). É impressionante ver o amor que esses caras demonstraram ter pelas aventuras em quadrinhos e a experiência que tinham, tanto de terem "vivido" os momentos clássicos de várias séries quanto o conhecimento de terem ou estarem trabalhando nesse mercado. Fechou com chave de ouro o dia.

Senhor Gusman tem que fazer cosplay de Chewbacca

 E domingo acabou que não pude ir, mas queira muito ter visto as palestras sobre a Maurício de Souza Produções e Retrofuturismo. Falando nesta segunda, também bati um papo rápido com um dos palestrante, Romeu Martins, autor de obras Steampunk e uma simpatia de pessoa. Vejam o blog do cara, Cidade Phantástica.

E por hoje é só. Tentei ilustrar bem o texto para não ficar cansativo; espero que gostem
E voltem mais tarde para a programação normal, com uma nova tirinha :D

Abraços, e até a próxima.